O “coma alimentar” é um fenômeno bem conhecido. Quem nunca se sentou com a família em um almoço de domingo, repetindo prato após prato daquela macarronada deliciosa, para depois dormir sentado em frente à TV?dormir

Sentir sonolência extrema após uma refeição exagerada não é brincadeira. Porém, apesar da sabedoria popular dar 1001 explicações, a ciência ainda não sabe muito bem por que e como comer muito leva ao sono. Mas um estudo recente oferece algumas pistas.

Pesquisa com insetossono

O estudo começa dizendo que as mosquinhas que ficam ao redor das frutas, chamadas drosófilas, também curtem uma soneca pesada depois de comer. Especialmente se suas refeições foram carregadas de proteína, sal ou simplesmente refeições muito grandes.

O estudo foi publicado na revista eLife e é a primeira vez que o sono pós-prandial (o nome científico para soneca após o almoço) foi estudado em moscas da fruta.

Se as descobertas podem ser aplicadas a humanos, os pesquisadores não sabem, mas a pesquisa joga luz sobre o relacionamento entre alimentação e sono, segundo os autores.

Proteínas e salbeef

Os cientistas do Scripps Research Institute gravaram e analisaram o consumo de comida e a movimentação das moscas, notando que elas dormem entre 20 e 40 minutos após comerem. Aqueles que comem porções maiores e aqueles que comem alimentos protéicos e salgados geralmente dormem por mais tempo. Interessante que alimentos ricos em açúcar não tiveram esse mesmo efeito.

Os pesquisadores também procuraram áreas específicas no cérebro que são responsáveis pelo sono prolongado, acionando neurônios no cérebro dos insetos, e encontrando circuitos que têm papel importante no controle desse comportamento.

Alguns desses circuitos também pareceram ser mais sensíveis ao relógio biológico dos insetos: a sonolência pós-refeição ocorreu menos em horários próximos ao anoitecer.

Mais estudos à vistagordo

A descoberta pode ter implicações para os seres humanos, sugerindo que o “coma alimentar” é um tipo único de sono, devido a mecanismos independentes de outros tipos de sonolência. Se isso for verdade para humanos também, significa que há alvos diferentes para novas dietas e medicamentos que ajudem a induzir o sono ou o despertar.

Estudos sobre sonolência após as refeições em humanos até agora não chegaram a uma conclusão. E enquanto o sal e as proteínas já tiveram influência comprovada em hormônios que induzem a sonolência em humanos, esses impactos não foram estudados durante um período específico de tempo depois da alimentação.

Se a necessidade de dormir após uma refeição está presente não apenas em moscas, mas em mamíferos e outros animais, então ela deve ter um papel importante na evolução, pois o sono é um estado de grande vulnerabilidade para os seres vivos.

Quer saber mais sobre o que influencia o sono? Leia nossa matéria sobre melatonina – o hormônio do sono!

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