Todo mundo quer mudar algo no corpo: é o nariz avantajado, as típicas orelhas de abano ou que são muito pontudas, ou então, uma das mais criticadas, a região abdominal. Ela é a parte mais criticada do corpo, justamente porque é lá que a gordura extra que consumimos, se acumula.
Estar insatisfeito com alguma parte do corpo é perfeitamente normal e estar satisfeito com tudo também é. O que pode complicar é quando essa insatisfação vira uma obsessão.
Você pode deixar de sair de casa pela simples vergonha que essa parte do corpo te causa, vive procurando cirurgiões plásticos, dentistas, dermatologistas, tudo em nome da beleza e do corpo perfeito. Pode-se chegar ao ponto no qual essa busca vira uma doença psiquiátrica, o chamado Transtorno Dismórfico Corporal (TDC).
O que é transtorno dismórfico
É um transtorno psiquiátrico no qual a pessoa tem a sua própria imagem distorcida sempre que se olha no espelho. Os defeitos que são identificados são muitos e sem fundamentos: o nariz que está torno, os olhos que estão desalinhados, a pele que está manchada e vários outros defeitos que não existe na realidade ou que existem, mas em proporções muito menores.
Sinais e sintomas do transtorno dismórfico corporal
Os estudos conseguem identificar várias semelhanças entre esse distúrbio e o TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo). Isso porque os dois acabam trazendo sentimentos e percepções ruins como por exemplo:
- Comportamentos repulsivos e repetitivos;
- Causam sofrimento e vergonha;
- Autoestima baixa;
- Isolamento social;
- Perda da capacidade funcional;
A sensação de quem é portador do TDC é que algo não está em ordem, tem alguma coisa que não está em seu devido lugar. Ele não sabe exatamente do que se trata, mas sente que algo o incomoda constantemente. O portador da doença ignora completamente opiniões externas e a realidade em que ele se encontra quanto a sua imagem.
Anorexia inversa ou Transtorno Dismórfico Muscular
Esse conceito é relativamente novo no campo da saúde. Todos conhecem a anorexia, que ocorre quando a pessoa enxerga a si mesma ou mesmo os alimentos de forma distorcida. Por exemplo, quem tem anorexia deixa de tomar água, por exemplo, porque acha que vai engordar ou que uma folha de alface vai fazer com que ela ganhe peso.
Já a anorexia inversa ou também conhecida como Dismorfia Muscular ou Vigorexia, ocorre quando a pessoa tem um corpo adequado a sua saúde e quer ganhar peso com musculação. Ela recorre a todo tipo de médicos, medicamentos (muitas vezes sem prescrição e clandestinos) e excesso de exercícios para ter o corpo que deseja, sempre atrás de mais músculos apesar de já possuir um corpo compatível.
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Causas do TDC
Mas, o que pode desencadear o TDC? Aqui existem múltiplas causas, sendo a principal o apelo que se faz hoje por um padrão de beleza que é praticamente impossível de alcançar e é puramente estético e mecanizado. O TDC por começar já na infância, quando a criança sofre com algum tipo de bullying, seja dos colegas ou mesmo em casa, pelos familiares e parentes, em relação ao seu corpo ou parte dele ou também na adolescência, idade mais comum.
As meninas são as mais afetadas pelo TDC. Elas ficam deslumbradas com as modelos e outras mulheres famosas que saem nas revistas com corpos, cabelos e rostos perfeitos, sem se darem conta de que tudo aquilo foi manipulado pelo computador antes de estar ali. Elas criam uma falsa ilusão de glamour e aquele corpo se torna um objetivo a ser alcançado e que, em pouco tempo, pode se transformar numa obsessão.
Quanto às causas biológicas, ainda não se sabe ao certo se existem, mas já há indícios. Inicialmente, o que se sabe hoje é que o TDC está diretamente relacionado a um desequilíbrio na produção de um neurotransmissor, a serotonina. Algumas pesquisas indicarem que pode ter relação com uma disfunção nos gânglios da base.
Tratamento para o transtorno dismórfico corporal
A psicoterapia ou a Terapia Comportamental Cognitiva é essencial para a recuperação do paciente. Ela ai ajudar a pessoa a tomar decisões mais racionais e que a ajudem na conduta de suas vidas. Também é possível complementar o tratamento com o uso de fármacos. Os medicamentos bloqueadores seletivos de recaptação de serotonina têm dado bons resultados.
