A riboflavina, conhecida antigamente por lactocromo, foi isolada pela primeira vez em 1879 por um químico inglês que estudava os componentes do leite de vaca. Ele encontrou uma substância de cor amarelo brilhante e por isso deu o nome de lactocromo.
Entre a década de 20 e a década de 30, esse componente vou isolado nos mais diversos alimentos e foi reconhecido como um dos componentes do complexo B. Uma relação encontrada na riboflavina diz respeito a sua pigmentação: quanto mais fluorescente, maior o seu potencial vitamínico.
Funções biológicas da riboflavina
A riboflavina, como já dito mais acima, tem coloração amarela, é fluorescente e é hidrossolúvel. Porém, a vitamina B2 não vem já pronta dentro dos alimentos. Ela aparece na forma de FAD (flavina adenina dinucleotídeo) e também na forma de FMN (flavina mononucleotídeo) sempre ligadas a uma proteína.
Quando os alimentos chegam ao nosso estômago, o ácido clorídrico consegue fazer com que as coenzimas se soltem das proteínas. Elas, por fim, sofrerão a ação de duas enzimas: a pirofosfatase e a fosfatase que estão presentes no intestino delgado. Dessa forma, a riboflavina é finalmente liberada para ser absorvida e utilizada pelo nosso organismo. Ela é utilizada para as seguintes funções:
- reparos na cadeia de DNA;
- metabolismo dos lipídeos;
- metabolização de medicamentos;
- metabolização do ácido fólico, niacina e piridoxina;
- atua inibindo a oxidação celular pelos radicais livres;
- regulação do relógio biológico;
- transdução de sinais nas células apoptóticas, ou seja, morte celular programada;
Deficiência alimentar
Como as riboflavinas participam de todas essas funções descritas acima, na maioria das vezes relacionadas ao metabolismo, a deficiência dessa vitamina pode levar a problemas no metabolismo intermediário. Além do mais a geração de energia e também o uso das gorduras pelo corpo fica prejudicado.
Outro problema está relacionado ao sistema hematopoiético, aquele relacionado à produção e maturação das células do sangue. Também há uma deficiência no metabolismo do ferro podendo assim, gerar um quadro de anemia ferropriva, na qual essa substância ficaria incapacitada de carregar o oxigênio dentro das hemácias.
Algumas pesquisas têm apresentado neuropatia e neurodegeneração em pacientes com deficiência em vitamina B2 na dieta. A riboflavina tem um papel importante na liberação da tiroxina, hormônio produzido pela tiroide em maior quantidade. A redução da quantidade de tiroxina circulante pode causar prejuízos como o desenvolvimento de algumas doenças mentais.
Ela também auxilia na proteção de doenças cardiovasculares e tumorais. Por promover a redução de processos oxidativos, um dos grandes causadores de tumores, a riboflavina apresenta efeitos protetores quando ao desenvolvimento do câncer. A oxidação da gordura também é outro fator que provoca o acúmulo de gordura das paredes dos vasos formando as placas de ateroma e desenvolvendo a hipertensão arterial.
Dieta pobre em vitamina B2 também pode ocasionar problemas de visão como opacidade da córnea e cataratas. Elas conseguem interagir também com a vitamina A, cuja deficiência provoca a cegueira noturna. Os criptocromos, fotorreceptores que são dependentes da ação da riboflavina são importantes para a adaptação dos olhos ao ambiente escuro.
Como consumir
Existe uma dose diária de riboflavina que é recomendada pela Organização Mundial de Saúde. Segundo os padrões, para homens adultos, a dosagem ideal é de 1,3 mg, já para mulheres adultas a quantidade recomendada é de 1,1 mg. Porém, quando a mulher se encontra no período de gestação ou lactação, a dose sobre para 1,4 mg ao dia. As principais fontes alimentares dessa vitamina são:
- vegetais verdes escuro como a couve;
- carne, principalmente as vísceras;
- cerais na forma de grão como as lentilhas, a cevada e o trigo;
- algumas frutas como o jambo;
- ovo, semente de girassol e ervilhas;
- leite e produtos lácteos em geral;
É possível encontrar também alimentos fortificados, com doses extras dessa vitamina como pães e alguns cereais. Há também a sua forma isolada ou não com outras vitaminas da forma de medicamentos, seja oral ou injetável.
